NOSSA HISTÓRIA

conheça um pouco a história da nossa escola

A Escola da Criança – Espaço de Adolescer atua como opção educacional na cidade de Uberlândia-MG, há mais de 25 anos (desde 1990). Atualmente oferece serviços educacionais a crianças a partir de um ano e meio (Maternal I) e os estende até adolescentes de quatorze/quinze anos (9º ano).

Trata-se de uma instituição educativa de propriedade privada, o que a situa como uma escola particular. As características de seu projeto de funcionamento lhe foram impressas, principalmente, durante os seus dezesseis primeiros anos, sob orientação de seus sócios fundadores.

Sua opção educativa transparece no caráter alternativo de seu modelo pedagógico. Trata- se de uma possibilidade ao modelo por transmissão de conhecimento já elaborado ou ensino tradicional. Tem as propostas construtivistas como base de sua fundamentação, principalmente para o ensino das ciências, leitura/escrita e matemática.

A prática pedagógica da Escola pode ser compreendida através do contexto das mudanças ocorridas nos bastidores da ciência e do ensino das ciências nos últimos 50 anos no mundo. A fundação da Escola é uma consequência destas reflexões e mudanças, principalmente do enorme questionamento em torno do ensino tradicional levantado por pesquisas realizadas na década de 1970.

Tais pesquisas evidenciaram a ação quase nula do ensino tradicional daquele tempo, principalmente no que se referia à compreensão de conceitos científicos. Elas mostraram que os estudantes, ao terminarem seus estudos, não completavam a esperada alfabetização científica. Tal constatação, acrescentada à insatisfação geral para com o desempenho das instituições escolares, fez com que aumentasse consideravelmente a discussão sobre o que deveria ser ensinado na educação obrigatória. Depois disso, enorme quantidade de investigações vem ocorrendo nos últimos cinquenta anos na esfera do ensino das ciências.

A partir da década de 1970, de forma direta ou indireta, essas investigações foram dando subsídios necessários para a criação de fórmulas alternativas de ensino ao redor do mundo. Novas elaborações teóricas foram possíveis a partir das bases mais recentes da ciência do século XX, principalmente advindas da história e filosofia das ciências e da psicologia. Ao se mesclar às transformações alternativas que foram se dando no âmbito de seu ensino e na sociedade, foram criando novas possibilidades de pensamento acerca do ensino e da aprendizagem. Essas novas possibilidades de pensamento, associadas à insatisfação popular com o ensino, geraram um esforço sem precedentes por mudanças no ensino escolar. Os subsídios para esta busca foram dados, principalmente, pelos resultados obtidos nas inúmeras pesquisas de orientação construtivista ao ensino.

Muitos professores abraçaram essa visão alternativa vinda do construtivismo por iniciativa própria ou forçados por lideranças escolares. Mas, de maneira geral, eles o fizeram através de visões simplistas, geralmente extraídas do senso comum, sem compreensão clara das visões teóricas em construção naquele momento. Isso acabou acontecendo devido à fragilidade das formações acadêmicas e da inexistência quase total de formação continuada nas escolas.

Com o passar do tempo, a alternativa construtivista foi sendo mais e mais valorizada socialmente. A partir da década de 1980, em alguns países, inclusive no Brasil, ela se tornou a base das reformas curriculares ministeriais. Desde então, os profissionais da área de educação se viram obrigados a tratar diretamente com o construtivismo. Este fato levou, muitas vezes, a produções pedagógicas que eram apenas imitações de aspectos externos e superficiais e, às vezes, até altamente triviais dessa concepção. Não raro a produção pedagógica alternativa foi caracterizada pela falta de atenção aos conteúdos, supervalorização de trabalhos práticos sem fundamentação em reação à crítica ao ensino livresco do modelo tradicional. Muitas vezes, a visão acerca do trabalho científico continuava tendo como base o positivismo, sendo desconsiderada a incompatibilidade deste com as concepções construtivistas, além de muitos outros problemas graves. Sendo assim, a chegada da alternativa construtivista ao século XXI foi caracterizada por uma diversidade de enfoques e propostas que se definem como tal, mas nas quais cabia qualquer concepção, o que custou um considerável desgaste do termo.

Quanto à Escola da Criança – Espaço de Adolescer, especificamente, dentre os principais objetivos de sua fundação estavam:

  • A criação de um espaço educacional que considerasse os resultados dessas pesquisas de âmbito internacional na construção de uma prática pedagógica alternativa à do ensino tradicional.

  • A geração de pesquisa e produção didáticas próprias que atendessem à realidade específica do contexto da Escola.

  • A criação de condições para que a equipe de professores participasse ativamente da produção didática.

Totalmente sintonizada com essa modalidade de criação de propostas pedagógicas alternativas, no começo de seu funcionamento, a Escola vivenciou a contradição entre uma prática pedagógica idealizada e a prática pedagógica possível. Na época, protegida pela necessidade premente de uma escola particular diferenciada, a Escola se firmou mediante o apoio crescente de famílias que buscavam alternativas mais contemporâneas para os filhos, embora houvesse receios diante do construtivismo. Seus ideais se sustentaram em alguns educadores da cidade que viram nela o espaço alternativo para a realização de sonhos profissionais, elegendo-a como seu ambiente de ação educadora.

Do mesmo modo que muitas outras iniciativas “construtivistas” em todo o mundo, a Escola sofreu as influências da época. Estas vinham, principalmente, das visões progressistas, da teoria de Piaget como modelo explicativo, do retorno a Rousseau e Fröbel na Pedagogia Moderna e das propostas pedagógicas de Dewey.

Ao final de seus primeiros dezesseis anos de funcionamento, já contabilizava dentre suas vitórias:

  • O status de escola de referência para a cidade e a região.

  • Uma sólida equipe de profissionais.

  • Um projeto-piloto de atividades didáticas para uso dos alunos, produzido especialmente para o contexto da Escola, em substituição ao livro didático.

  • Uma rede física com um conjunto arquitetônico composto por uma ambientação escolar coerente com o modelo pedagógico proposto.

No final do ano letivo de 2005, a Escola foi vendida para a Faculdade Católica de Uberlândia. Para a faculdade, uma das principais motivações para a compra foi a possibilidade de transformar o projeto já existente no espaço de aplicações práticas dos conhecimentos teóricos de seus professores e alunos.

Esteve sob a orientação exclusiva de uma equipe designada pela Faculdade Católica durante os anos de 2006 e 2007, voltando a pertencer à família fundadora a partir de março de 2008. Ano que se constituiu num período de transição entre o retorno efetivo dos idealizadores do Projeto e a conclusão da responsabilidade da equipe designada pela Faculdade. A prestação de serviços educacionais ainda funcionou sob a orientação da equipe que fora enviada pela Faculdade, que cumpriu, até o encerramento do ano letivo, as obrigações relativas ao relacionamento com pais, alunos e profissionais. Enquanto isso, os fundadores se responsabilizaram pelas atribuições relativas à Entidade Mantenedora. A direção geral da Escola voltou às mãos dos idealizadores do projeto no ano de 2009.

Desde então, a Escola vem trabalhado em prol da retomada dos principais eixos de seu projeto inicial, relacionando-os aos múltiplos acontecimentos contemporâneos e às transformações sociais recentes que atingem a educação, como segurança, novos formatos familiares, revolução tecnológica e tantos outros.

Alunos realizando atividades na horta que era localizada onde hoje é o pomar.

Desde o início os animais fazem parte do dia-a-dia da escola.


Festa Junina realizada na quadra, aqui quando ainda não era coberta.

Artes Circenses.