SALA DE LEITURA

Sala de leitura promove literatura digital

No bolso do jeans, um Smartphone. No criado mudo do quarto, um tablet. Dentro da mochila da escola, um iPod Touch com conexão wireless. Os jovens de hoje estão conectados 24 horas por dia nas mais variadas redes sociais. Como ignorar as infinitas possibilidades que o mundo digital oferece e se dedicar à leitura de um livro, com suas centenas de páginas, cheias de palavras e letras inertes, exigindo concentração para serem decifradas?

Assim inicia artigo do jornal Estadão. Em seguida dispara: o que perdeu espaço na vida dos jovens não é o hábito de ler, mas a leitura formal que os livros, por exemplo, oferecem. “O texto existe, só que de outras formas, e agora oferece acesso amplo e irrestrito. A leitura digital é mais lúdica e interessante porque não é linear e permite uma liberdade multimidiática”, explica Claudemir Viana, pesquisador do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec).

Pensando nisso, e ainda preocupada com o acesso à leitura de obras clássicas, a Escola da Criança – Espaço de Adolescer possibilita, ao nosso aluno, o contato com variados textos da literatura nacional e universal. Por isso, sugere como uma opção a mais, além da leitura coletiva, em classe, as leituras individual e livre, realizadas em casa.

Ainda segundo o mesmo artigo do Estadão: “Os especialistas alertam: ler apenas o essencial e aquilo que interessa pode levar à perda da aptidão para analisar situações com mais profundidade. ‘O jovem sabe de tudo o que acontece, mas não aprofunda o conhecimento dos fatos’, destaca a psicóloga Dora Sampaio Góes, do Programa de Dependência da Internet do Ambulatório Integrado dos Transtornos do Impulso (Amiti), da USP”.

Por isso, também, apostamos na necessidade de indicarmos ao nosso aluno, a leitura do texto na íntegra, seja ele um conto de Katherine Mansfield ou um texto dramático de Dias Gomes a Ariano Suassuna, pois o contato com a obra fomenta seu senso estético e desenvolve a capacidade de escolha, já que a escola segue a proposta de Ítalo Calvino em Por que ler os clássicos, depois de defender que “os clássicos não devem ser lidos por dever ou por respeito, mas por amor”, admite uma exceção para a escola: “a escola deve fazer com que você conheça bem ou mal certo número de clássicos dentre os quais (ou em relação aos quais) você pode reconhecer os ‘seus’ clássicos”.

MANDELLI, Mariana. In: O Estado de São Paulo. Jovens trocam livros por leitura digital. Disponível em: <http://www.estadao.com.br/noticias/geral,jovens-trocam-livros-por-leitura-digital-imp-,652713>. Acesso em: 06 mar. 2017.CALVINO, I. Por que ler os clássicos. São Paulo: Companhia das Letras, 1993. Ou disponível em: <https://ayrtonbecalle.files.wordpress.com/2015/07/calvino-italo-por-que-ler-os-clc3a1ssicos.pdf>. Acesso em: 06 mar. 2017.