PROJETO PEDAGÓGICO

Construindo conhecimento a partir de experiências

O projeto pedagógico de uma escola é o que lhe dá a sua identidade. Ele define sob quais pressupostos a instituição escolar está assentada e dá visibilidade às diretrizes gerais da sua prática.

O Projeto Pedagógico da Escola da Criança – Espaço de Adolescer é, principalmente, o conjunto de soluções educativas que a Escola vem construindo. Conjunto este que vem sendo elaborado a partir da própria releitura da diversidade de pesquisas e teorias na área de educação e outras afins. Uma das suas principais características é estar em constante construção e reconstrução, sintonizando-se ao ritmo acelerado das transformações sociais da contemporaneidade.

Na sua base, pressupõe um corpo de tendências teóricas eleito mediante a visão de mundo de seus idealizadores e do grupo de profissionais que a eles vêm se aliando desde a sua fundação. Sua principal referência tem origem na visão construtivista de ensino. Sendo assim, aproxima-se fortemente das teorias sócio-históricas (Piaget, Vygotsky e Walon), principalmente no que se refere ao ensino das línguas materna e inglesa nas séries bilíngues, abordando a linguagem como um processo de interação humana de importância fundamental e considerando o ensino da língua como “carro-chefe” das aprendizagens escolares, no dia a dia da Escola.

Seu modo de abordar o conteúdo guarda algumas tendências advindas da pedagogia progressista (Paulo Freire e Gramsci), adotando uma postura crítica frente à contribuição do sistema capitalista à alienação dos indivíduos e à padronização da subjetividade humana.

Como forma de estruturar suas aprendizagens, tem se aproximado dos quatro pilares abordados no livro Educação: Um tesouro a descobrir organizado por Jacques Delors, coordenador do Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI, entre 1993 e 1996, para o qual colaboraram educadores do mundo inteiro, atualmente considerado como síntese do pensamento pedagógico oficial da humanidade, no final do século XX.

O referido autor assim sintetiza a educação em um de seus parágrafos:

“Para poder dar respostas ao conjunto de suas missões, a educação deve organizar-se em torno de quatro aprendizagens fundamentais que, ao longo de toda a vida, serão de algum modo para cada indivíduo, os pilares do conhecimento: aprender a conhecer, isto é, adquirir os instrumentos da compreensão; aprender a fazer, para poder agir sobre o meio envolvente; aprender a viver juntos, a fim de participar e cooperar com os outros em todas as atividades humanas; finalmente aprender a ser, via essencial que integra as três precedentes. É claro que estas quatro vias do saber constituem apenas uma, dado que existem entre elas múltiplos pontos de contato, de relacionamento e de permuta.” (1)

Conhecimento e Formação são palavras-chave no vocabulário da Escola. Conhecimento está para os dois primeiros pilares – aprender a conhecer e aprender a fazer – enquanto Formação está para os outros dois – aprender a conviver e aprender a ser (2).

Aprender a conhecer é associar inteligência, desejo e necessidades. No âmbito da aprendizagem formal para crianças, envolve não negar o acesso às ferramentas básicas de contato com a realidade e, ainda, a criação de estratégias para organização de dados que possam se tornar pensáveis. É permitir a ação da curiosidade que leva à descoberta e promover o prender da atenção, debruçando-se sobre a vida.

O aprendizado em escola precisa ser mais aprender as linguagens e as metodologias do que propriamente os conteúdos informativos, pois estes estão por toda parte, para bem além da instituição escolar. Os estudantes precisam de acesso ao fazer instrumental e da chance de superá-lo imprimindo, gradativamente, no seu modo de ser, doses das estratégias cognitivas que cada vez mais permeiam o fazer adulto.

O formato das escolas (encontros diários em turmas), aparentemente, pressupõe que o aprender a viver juntos vem de forma automática. No entanto, colocar as pessoas juntas não garante a percepção de interdependência e nem ensina a cooperação uns com os outros, automaticamente. A cooperação precisa de provocação intencional mediante formatos de convivência e experimentação de ações sensíveis.

E o aprendizado de ser? Aprender a ser é o resultado do exercício da sensibilidade, da espiritualidade, do sentido ético e estético e também da racionalidade. Este aprendizado é fruto da vivência da cada um em toda abrangência de sua experiência vital. Dificilmente a experiência escolar a promoverá por si só. Todavia, poderá ser parte dela, dependendo do recorte em que se dispuser a agir nas três primeiras aprendizagens.

A Escola da Criança – Espaço de Adolescer segue expressando sua crença na educação como um dos fatores determinantes para o desenvolvimento dos seres humanos. Tal convicção se exprime por meio das seguintes ações:

  • Pesquisar soluções educativas eficientes para a propagação do Conhecimento e da Formação.

  • Favorecer o cultivo de pensamentos singulares e sensíveis em cada estudante e profissional, de forma que Conhecimento e Formação considerem a necessidade humana de refletir sobre a existência e sejam delicadamente disponibilizados para a realização pessoal e a concretização de uma sociedade mais solícita para com as pessoas e a Terra.


(1) Delors, Jacques. (1998). Educação: Um Tesouro a Descobrir. Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI. São Paulo. Cortez Editora. Brasília, DF, MEC, UNESCO.

(2) No endereço http://www.igutenberg.org/george.html leia A Obediência ao que não é Obrigatório, de George A. Krimsky (para generalizar, despreze o contexto jornalístico no qual o texto foi concebido e extraia, por exemplo, a definição de ética usada pelo Dr. Rushworth Kidder).

APRENDER A CONHECER: adquirir os instrumentos da compreensão.

APRENDER A FAZER: para poder agir sobre o meio envolvente.

APRENDER A VIVER JUNTOS: a fim de participar e cooperar com os outros em todas as atividades humanas.

APRENDER A SER: via essencial que integra os três pilares precedentes.

Conhecimento e Formação são palavras-chave no vocabulário da Escola. Conhecimento está para os dois primeiros pilares – aprender a conhecer e aprender a fazer – enquanto Formação está para os outros dois – aprender a conviver e aprender a ser.

Aprender a conhecer é associar inteligência, desejo e necessidades. No âmbito da escola formal para crianças, envolve não negar o acesso às ferramentas básicas de contato com a realidade e ainda a criação de estratégias para organização de dados que possam se tornar pensáveis. É permitir a ação da curiosidade que leva à descoberta e promover o prender da atenção, debruçando-se sobre a vida. O aprendizado em escola precisa ser mais aprender as linguagens e as metodologias do que propriamente os conteúdos informativos, pois estes estão por toda parte, para bem além da instituição escolar.

Os estudantes precisam de acesso ao fazer instrumental e da chance de superá-lo imprimindo, gradativamente, no seu modo de ser, doses das estratégias cognitivas que cada vez mais dominam o fazer adulto.

O formato das escolas (encontros diários em turmas) aparentemente pressupõe que o aprender a viver juntos vem de forma automática. No entanto, colocar as pessoas juntas não garante a percepção de interdependência e nem ensina a cooperação aos indivíduos, automaticamente. A cooperação precisa de provocação intencional mediante formatos de convivência. Cooperação precisa da experimentação de ações sensíveis.

E o aprendizado de ser? Aprender a ser é o resultado do exercício da sensibilidade, da espiritualidade, do sentido ético e estético e também da racionalidade. Este aprendizado é fruto da vivência da cada um em toda abrangência de sua experiência vital. Dificilmente a experiência escolar a promoverá por si só. No entanto, poderá ser parte dela, dependendo do recorte em que se dispuser a agir nas três primeiras aprendizagens.

A Escola da Criança – Espaço de Adolescer segue expressando sua crença na educação como um dos fatores determinantes para o desenvolvimento dos seres humanos. Tal convicção se exprime por meio das seguintes ações:

  • Pesquisar soluções educativas eficientes para a propagação do Conhecimento e da Formação.

  • Favorecer o cultivo de pensamentos singulares e sensíveis em cada estudante e profissional, de forma que Conhecimento e Formação considerem a necessidade humana de refletir sobre a existência e sejam delicadamente disponibilizados para a realização pessoal e a concretização de uma sociedade mais solícita para com as pessoas e a Terra.